Querida Pátria..

Se há coisa em que Portugal é muito bom, é na exportação.
O nosso problema, porém, é no que exportamos.
No outro dia, enquanto lia num sitio qualquer que mais não sei quantos tipos daqueles que gozamos na escola e que a televisão idolatra na idade adulta ( a.k.a.  "crânios") tinham decidido emigrar para um país qualquer longiquo na Europa de Leste, pus-me a pensar no potencial do nosso país em fazer tudo o que não deve ser feito para sair da afamada "crise"!
Se repararem bem sendo ambas, "artes de deitar para fora",  a exportação portuguesa funciona ao contrário do lixo.
Estúpido? Sem sentido? Síndrome de uma doença qualquer mental? Talvez.. Mas que há aqui um termo de comparação, na minha opinião, há!
Ora vejam:
Por regra, a não ser que sejas ex-ministro ou secretário de estado ou quiçá presidente de um clube de futebol do norte e que com isso obtenhas o privilégio de ser previamente informado de uma busca domiciliária que te obriga a destruir papeis e documentos importantes, a malta só deita para o lixo, as aquelas porcarias que não lhe servem para nada.
Nenhum de nós, creio eu, se lembra de deitar para o lixo um quadro do Picasso  um computador impecável cheio de extras,  o exemplar número 1 da Playboy, a fotografia do José Cid todo nú com o disco de ouro a tapar as partes....tristes, etc.. etc.. etc...
O que um gajo, ou pelo menos eu, me lembro de deitar para o lixo são antes as cartas da EMEL, as cartas cujo remetente seja uma tal de GNR-BT, a qual desconheço e que insiste em me mandar cartas de amor,  camisolas do carnide que por engano ficam esquecidas no meu carro e que 5 minutos após serem descobertas estão a fazer de agasalho das pinhas na lareira. Ou seja, coisas sem as quais tu vives bem e feliz.
Já Portugal não, Portugal gosta mesmo é de "exportar" os ditos crânios e "importar" bailarinas, redes especializadas em rebentar ATM, carros de luxo para os senhores do PS porque como o seu líder parlamentar explicava "é um grupo que tem um líder  vários vogais e 40 e tal membros" ( só espero que quando tiver um filho e este se candidate a delegado de turma no liceu sobre lotado  qualquer não se lembre de ler os requisitos para se ter um Audi A5, porque senão estou bem, como dizia o outro, fodido!), cortiça molhada antes da pesagem, fruta ácida, enfim coisas sem as quais vivíamos bem.
E o que me irrita nesta merda toda é a forma orgulhosa como os nossos jornalistas, aquando de reportagens sobre portugueses com sucesso no estrangeiro, interpretam o facto do  "José João, que vem lá duma terriola qualquer nos confins da Beira Alta, que ganha prémio carreira em Paris, local onde sempre trabalhou porque para o lugar dele em Portugal, estava a filha do construtor civil que faz obras lá na Junta de Freguesia e que é grande amigo do presidente, que coitadinha é burrinha mas é boa miúda e os pais são boa gente!", preferindo ignorar o atrás descrito e enaltecer o facto de os portugueses serem pessoas muito competentes e que se encontram espalhadas por todo o mundo!
Como diz o larápio.. "malandro que é malandro, não estrilha...muda de esquina!"