O blog onde o amaral é o ponta de lança ideal

Tuesday, January 27, 2009

Tininha a construtorA!


Tina era uma mulher normal : 50 e poucos anos, 2 filhos já maiores de idade, casada e uma dedicada dona de casa.
A sua vida ameaçava cair na monotonia até que: TAN TAN TAN TAN, REBENTA UM CANO NA COZINHA!!
O que parecia um "problema do diabos" para uma familia, rapidamente se tornou num raio de luz para Tininha.
Após meses na fase preparatória, em que a velha táctica do "vencer pelo cansaço" mais uma vez saiu vitoriosa, Tininha conseguiu obter o aval de Meireles para a 124ª obra na casa de familia.
Do "aval", às reuniões com o "homem-que-veste-veludo-mas-é-chefe-de obras", tudo se resolveu e, pouco mais de 2 semanas após a decisão, dou por mim a tomar o pequeno almoço, enquanto dois ucranianos de martelo pneumatico na mão "deitavam mão à obra" literalmente!
Nesse dia frio de Outubro, Tininha estava longe de imaginar que estava ali o inicio duma grande carreira.
À medida que as obras iam avançando, Tininha começava a usar termos mais esquisitos, como "bucha" , "batentes", "broca 6".
A familia começava a ficar preocupada e Jacinto, emigrante mexicano que nesta familia encontrou acolhimento, decide então juntamente com Paula, seguir Tininha numa das suas idas "à obra".
O choque não podia ser maior.
"Oh Toni, tem de pôr aqui mais massa, senão o pilar não aguenta." "Nando, tem de batomar melhor o chão."
Em terror Jacinto e Paula abandonaram a obra.
Pensando que tudo o que tinham visto era fruto de sua imaginação, os familiares de Tininha decidem então convocar um jantar familiar.
Tudo corria bem até que "trimmmm trimmmm", é o telemóvel de Tininha. "Ai desculpem, é o Vitor dos aluminios que amanha tem de ir la deixar umas placas para os estores."
Passados 5 minutos "Tou homem-que-veste-veludo-mas-é-chefe-de-obras, falei agora com o Miguel canalizador, que amanhã confirma a entregue às 20h."
Confirmava-se o pior, e no meio do entulho surgiu um novo "eu" de Tininha: TININHA A CONSTRUTORA!

(Nomes de todas as personagens são ficticios.)

Friday, January 02, 2009

O gajo que tem a mania de perseguição e que vai parar a uma familia que fala uma lingua "estranha"

Após um inicio prometedor de namoro Alberto decide que já é tempo de dar o "next step" , elevando a relação a um patamar mais sério, conhecendo os pais da sua amada.

Tudo combinado: sair de Lisboa as 18h, chegar ao destino ás 20h, onde os seus sogros, jà no restaurante, os esperam para a primeira apresentação oficial enquanto namorado da sua filha única.

Chegados ao local Alberto lança um piropo na lingua dos seus sogros, treinado ao longo de dias e dias, para naquele momento, que ele sabia que iria acontecer, não defraudar expectativas. "1-0"- pensou Alberto após esta "investida" de sucesso.

Bem mais confiante, Alberto decide então olhar para o menu, onde escolhe um prato que lhe pareceu bem e onde as verduras, daquelas q nos deixam os dentes verdinhos sem que nos apercebamos, e alho que nos deixa com um respirar fresquinho e cheiroso, não constavam.

Mais uma ligeira troca de palavras na lingua de Camões, sempre com um sorriso daqueles q nos fazem chegar a casa com dores nas buxexas e eis que vê o empregado com uma travessa gigante, recheada de comida à bruta, na sua direcção: "Não!!!!! Não venhas trazer-me essa travessa por favor, não quero ser eu o gajo q escolheu a travessa que dava para alimentar uma familia na Etiopia, só porque são os sogros a pagar." - pensou Alberto.
"Boa escolha!"exclama o sogro na lingua de camões dirigindo-se escassos segundos depois para a sua mulher, trocando algumas palavras na sua lingua natal.
"Merda, aposto que tão a falar de mim, e achar q sou um guloso que para além de namorar a sua filha, ainda aproveito para vir aqui encher o bandulho. Porque é que que eu não vi que esta merda dizia que era para 2 pessoas? Tou desgraçado.."- pensou Alberto.

O jantar continua, e Alberto volta a ouvir "Alberto" nas frases trocadas nessa lingua estranha para Alberto, entre a sua amada e seus pais. "Aposto que tão a dizer que não me curtem, ou a fazer apostas entre eles se consigo comer isto tudo ou não. Que que eu faço? Como tudo e dou uma de abusado ou deixo e dou uma de desperdiçar comida quando todos os dias se ouve falar de mais falta de comida no mundo?"

"Sobremesa?" - pergunta o empregado. "Nem pensar!" - pensa Berto, enquanto se recorda do livro de Paula Bobone, no qual esta sabiamente diz que jamais, em situação alguma, se diz "não" a uma pessoa mais velha, ou recusa aceitar algo destes..
Entretanto já seus sogros voltam a dialogar entre eles. "Merda, aposto que já tão a dizer que sou um alarve. Vou ter de dar a volta..""Não sou grande apreciador de doces sabe tia? Na familia ninguém gosta muito de doces e como quem sai aos seus não degenera, também herdei essa fraca queda para os doces."- "2-1 ganho eu"

O jantar termina e com ele as despedidas surgem "Então Alberto, já que soube tão bem cumprimentar em Jackiechanismo, como é q se despede também na nossa lingua?" "Pronto, jà me f****. Fernanda bem me podias ter ensinado essa parte também.. JÁ SEI!!! Vou usar o velho truque de "bem se isto é isto, aquilo é aquilo.." e sempre vou ganhando uns segundos.."

Desolado após mais um fracasso de impressionar a sogra, Alberto volta então para o carro..

Zaijian e até qualquer dia!