O blog onde o amaral é o ponta de lança ideal

Sunday, August 29, 2010

A minha geração

É engraçado ver como a "nossa" geração passa pelas mais variadas fases e que, em todas essas fases, promove as suas "modas".
Na escola primária um gajo era respeitado pela rapidez com que dava os seus primeiros beijinhos.
Confesso que essa fase foi dura para mim, ao ver-me dropinado pelo João Varandas que num acto puramente traiçoeiro me sacou a Ana Rita e foi deixar beijinhos para o campo de futebol da escola da serra, sob o olhar invejoso de todos, incluindo o meu que perdia assim uma oportunidade de ouro de me vingar desse velhaco.
Mais tarde era cool o gajo que, num acto de pura rebeldia, passou a usar os ténis Stam Smith da Adidas ou os Reebok classic, deixando assim de lado os mais que clássicos sapatos de vela da Timberland ou, num estilo mais ousado, os Rockport.
Com esta fase surgia a moda das camisolas da Billabong, passando a ser considerado "betinho" o gajo que ainda usasse camisolas da Quebra-Mar, Gant ou camisola da GAP.
Mais tarde, a minha geração passou pela fase do primeiro cigarro.
Lembro-me do monhé da minha turma que roubava maços de Pall Mall ao irmão para irmos para trás do "Sopas" experimentar e tossir até fazer ferida na garganta.
Nessa mesma época comecei a sentir na pele o que é ser um "careta", ao ser o único do meu núcleo de amigos da altura que não andava no rugby e que, automaticamente, não mandava tudo pelo ar como se de uma bola oval de rugby se tratasse.
Penso que, também terá sido na minha geração que se iniciou a avalache de trocar o colégio particular pelos liceus portugueses.
Esta foi uma época especialmente boa para mim. Não só mudei para o Liceu, como mostrei aos gajos da minha escola, que comigo mudaram e depois se arrependeram e voltar, que era rijo e que me aguentava numa escola pública após inúmeros anos na Escola Alemã. (Tive de aguardar por este momento para me vingar daqueles que punham em causa a minha dureza por não ter outrora ido para o rugby).
No primeiro ano de Liceu era fixe ter-se dinheiro no bolso mas bater-se a toda a gente por 1 euro. Dava um certo ar de rebelde que confesso nunca admirei até porque numa escola pública maioritariamente bem frequentada, fui calhar numa turma de comunas e bairristas que, salvo 4 ou 5 casos, nunca deixou de me fazer sentir como o "menino que vem da Escola Alemã".
Chegando à faculdade era "cool" não ir às aulas e jogar à sueca. Como nunca fui grande jogador de cartas nem tão pouco apreciador de acordar cedo sem motivo justificativo, preferia ficar a dormir, o que fazia de mim 50% cool.
Também era cool fazer bodyboard ou surf, o que inicialmente a mim me irritava dada a minha azelhice, mas que hoje em dia admito que me dá um certo gozo ser aquele gajo que não sabe fazer nada disso e que gosta é de jogar raketes na praia..
Actualmente deparo-me com uma nova tendência desta minha geração: É cool estar cansado.
Pode parecer parvo, mas parece que virou de tal forma moda dizer que se está cansado que, quando encontras alguém e esse alguém não te diz que tá cansado, a nossa cabeça automaticamente o rotula de gajo que não faz nada da vida.
O gajo que trabalha 6 a 7 horas por dia em que 1 é a almoçar e outra a ler os jornais desportivos e facebook, chega ao final da semana e "está cansado desta vida de cão."; a miúda que começou a trabalhar à 2 meses sendo que entra as 10 e sai as 16.30, está cansada e já pensa em tirar um ano sabático porque anda cansada e esta vida de trabalho não é para ela..
O outro que trabalha 8 horas por dia, com 2 horas de almoço e 4 ou 5 pausas para o cigarrinho, anda "todo rebentado" e já só pensa em pegar nas malas e zarpar.
Nesta nova tendência eu não fujo à regra e por isso vou-me deitar porque estou cansado!!!!

Sunday, August 22, 2010

Desabafo

Tentando romper com a ausência acentuada com que aqui tenho colocado posts, hoje, enquanto espero pela aproximação da hora de jogo do Sporting, olhando pela janela da minha sala que me permite observar o estádio que todos criticam e eu adoro, venho-vos falar de um tema que parece fazer muita confusão a todos os que me rodeiam e me fazem sentir um "careta": o Facebook.
Paralelamente ao inicio deste meu blog, iniciei a minha vida nessa rede social.
Na altura ter facebook era maioritariamente para aqueles que tinham amigos estrangeiros, grande parte deles conhecidos em Erasmus.
O facebook era assim uma ferramenta para nos mantermos em contacto com os amigos da Suécia, Espanha, Alemanha, Áustria, Finlândia entre outros.
Passado uns anos, e não foram tão poucos assim, dá-se o "facebook boom" em Portugal, com a adesão em massa de tudo e todos, desde politicos a empresários, restaurantes a museus, clubes de futebol a cantoras pimba, todos têm um perfil de facebook.
Aí, como em tudo na vida, o facebook deixou de ser uma rede social "exclusiva", que em muito se diferenciava de hi5´s, orkuts, netlogs, etc.., para passar a ser mais uma rede social onde a Tânia do Cacém mete fotografias em fio dental na praia e o Jorge da Rinchôa mete um comment: "Ganda befo", onde a malta começa a fazer enredos ao bom estilo venezuelano enquanto observa o amigo do amigo da amiga X, onde malta dá uma bufa e coloca no seu perfil que nesse preciso momento está um cheiro que não se pode e onde, principalmente, a malta começa a dar mais importância ao que cuscam sobre as pessoas do que ao que convivem com essas mesmas pessoas.
Assim, rapidamente o que anteriormente era uma rede social discreta e "com classe" (isto se há rede social com classe) passou, para mim, a ser um antro de cusquice e de vidas paralelas ( descobri que muitos amigos meus tinham um sonho escondido de serem agricultores ao ponto de falarem do Farmville como se de uma verdadeira quinta se tratasse onde vamos beber mines com os nossos amigos e desfrutar do campo, assim como, entre outros, descobri que para muitos deles é importante saber, mediante as respostas a questionários dos outros, que fruto ou bebida são).
Curioso foi também reparar que tendo a minha namorada colocado como estado civil "casada", recebi emails de malta com quem já não falava à anos a dar-me os parabéns (eu nem sabia que ela tinha colocado "casada")e, quando mais tarde, face a todo este alarido criado, alterou para "comprometida", até amigos da minha irmã me vieram perguntar se tava bem, uma vez que o facebook os tinha alertado para o facto de nós termos "cancelado o casamento".
Claro que estaria a mentir se dissesse que não gosto de cuscar fotografias da malta e tal, mas quando chegamos ao ponto de estar na rua e alguém dizer "Olha aquela gaja, anda a comer o não sei quantos e ainda a semana passada andava com o outro que é primo da outra e teve de férias no algarve com aqueles gajos", e depois quando, inocentemente, alguém pergunta "Como sabes?" a resposta é imediata: "Vi no facebook."
Eu concordo que as redes sociais são uma forma de uma pessoa se dar a conhecer mas eu não passo a conhecer melhor a Amélia de Coruche só porque os amigos num daqueles questionários dizem que se ela fosse uma bebida era um bagaço.
Como já vocês todos sabem eu não tenho facebook, mas tenho a certeza que se por acaso alguém que não me conheça descobrir este blog saberá que sou um gajo que não escreve nada de jeito e que só pensa em coisas que não lembra ao menino de Jesus, sem que para isso tenha de colocar uma fotografia estúpida minha ou responder a questionários que só se justificam se forem para fazer passar o tempo em horário laboral.
Eu sinceramente, prefiro que me reconheçam como tal, do que como o gajo que tem não sei quantas quintas no facebook e que afinal mora num T0 na Ramada, e que tem 700 amigos no facebook e quando quer ir beber um café vai sozinho, porque não tem ninguém a quem telefonar.
Desculpem lá este desabafo, mas após meses a ser questionado com admiração sobre o porquê de não ter facebook, espero-vos ter esclarecido..
Tenho dito!

So what?

Talvez influenciado pela senhora minha mãe, sempre fui um gajo exagerado ou, como diria o meu pai, "incendiário".
Sou o tipico gajo que após comer uma feijoada de búzios que me saiba pela vida, diz com uma convicção bruta que "foi a melhor feijoada que comi na vida", assim como uma simples dor no joelho "já lá não vai sem ser operado".
Assim como sempre que o Sporting está a perder um jogo, "nunca mais cá volto".
Contudo, o que eu acho mesmo piada é aquela malta que se "esconde" atrás deste meu exagero na forma de relatar as coisas, tentando fazer do exagero, mentira.
Exagerar na forma como relato as histórias, parecendo que não tem um dom, até porque, o exagero facilmente cai na mentira, e eu não minto!
O exagero é uma forma de dar ênfase às histórias que sem essa tal figura, se podem tornar monótonas e que, com o exagero, não deixam de relatar uma situação real, mas com um pouco mais de sal.
Por exemplo: Se eu chegar ao pé de qualquer um dos meus amigos e disser "Pá ando a ver uma série fixe", a maior parte deles pensa "Lá anda este gajo a ver merdas que não lembra a ninguém."
Agora imaginem que eu vos digo "Pá ando a ver uma série brutal, das melhores que já vi."
É certinho, sem mentir, vou conseguir que os meus amigos vejam uma série que eu adoro e que se não fosse este meu pequeno "exagero" não o iriam fazer, pelo menos, tão rapidamente.
Agora se eu vos disser que o Roberto ontem deu um frango brutal, também estou a exagerar?

Sunday, August 08, 2010

Eu cá ando desconfiado..

Começo a desconfiar que o André Sardet anda a roubar diários a miúdas da primária para os usar como letras das suas baladas/torturas.
Eu sei que o que eu escrevo também não é uma coisa propriamente elaborada e digna sequer de ser lida, mas pá eu escrevo por hobby e ainda pago a internet para poder ter acesso a este blogue.
Já o Sardet é pago a peso de ouro, suponho eu, e tem letras que até os meus dedos dos pés se encolhem de medo.
Ora vejam: Todos nós, mais giros ou mais feios, quer usassemos sapatos ortopédicos ou não , nos lembramos daquela colega de turma da primária que era mais desenvolvida e atiradiça, e que após nos desafiar para jogar ao "Bate Pé" nos proferia tamanhas dedicatórias de amor como: "Gosto de Ti como daqui até à Lua" e quando nós (ou terei sido apenas eu?!?!), ingenuamente perguntávamos: "Mas porquê?" ela lá nos respondia "Porque gosto" com uma convicção tal que nos deixava de peito feito na próxima vez que soubéssemos que ela estaria a ver-nos jogar futebol.
Ora bem, após pesquisar um pouco sobre esse grande artista que dá nome a este post descubro este maravilhoso excerto de uma das suas mais badaladas músicas:" Gosto de ti, como daqui até à Lua, Gosto de ti simplesmente porque gosto."
Ora não me lixem, esta letra aposto que foi roubada à Mónica Barbosa da turma do A do 1º ciclo da Brandoa.
Mas para quem pensa que aqui o Andrézinho é todo "i love you" é porque não conhece a sua música, a qual desconfio que foi roubada a uma psico no expoente máximo da sua puberdade. Ora vejam: "E se insistires na tua pose,Tu tem cuidado - Deus não dorme!
Um dia vais cair do pedestal,Então eu vou pisar, E rir-me no final..". Contigo elas não brincam não é Sardezinho?
Por fim, e ao bom estilo Floribella, Sardet, mostrando toda a sua versatilidade, surpreende-me com: "Só não tenho o que é melhor,E não custa dinheiro,Só não tenho a ti aqui, Ao meu lado o tempo inteiro,A chafurdar na terra,A fazer rios na lama,a tomar banho de espuma,e a ouvir histórias na cama".
Peço especial atenção então para esta última "música" que acabei de citar e pensem se não esse o sonho de qualquer Homem: ter uma mulher que após chafurdar na lama, ouve histórias na cama.
Bem, e na loucura que vos devo ter deixado só de imaginarem tal cenário, despeço-me...
Até já..